Na infância, frequentemente o indivíduo ouve a seguinte afirmação: "Eu sou adulto e você é criança, por isso você não sabe nada sobre a vida ou está apto a realizar suas escolhas." Posso garantir que essas e muitas outras afirmações que escutamos na infância foram distorcidas.
Se considerarmos a energia humana sob uma perspectiva energética conectada à consciência da criação, ela já está pronta. O que a restringe é a sua medida corporal, uma vez que o cérebro e o corpo da criança estão em crescimento e desenvolvimento. Ao contrário do que pode parecer, a energia tem a capacidade de pensar, compreender e experimentar a vida humana. O que limita é o cérebro que está em desenvolvimento em um corpo infantil. Podemos compreender que a energia se manifesta por meio de fases que são determinadas pela matéria que a sustenta, ou seja, a mente corporal conectada ao corpo físico.
Não é por acaso que notamos tantas energias em um estágio inicial, que poderíamos classificar como infantil, com tanto potencial para algumas áreas da vida humana. Refiro-me à manifestação da mente energética que ultrapassou os limites da sua mente corporal e acessou e permitiu o desenvolvimento mesmo ainda na infância. Podemos citar como exemplo uma criança que aprendeu a tocar um instrumento com certo grau de dificuldade.
Permitir a liberdade da criança com base nos ensinamentos da dualidade é parte do seu desenvolvimento e determina um impacto positivo em sua vida. Afinal, nem mesmo um corpo humano adulto se reprime na sua estupidez para os demais e ainda se submete à erros inimagináveis conectados à sua dualidade.
Aprisionar uma energia humana com base nas decisões individuais daqueles que a geraram seria estabelecer restrições que não correspondem à sua energia. Inserindo-a a um futuro de frustrações e, como consequência, se tornará uma energia sendo chamada para o seu propósito, mesmo que esteja condicionada à sua limitação. Imagina o quão difícil pode ser. E diria que essa é a condição da maioria dos indivíduos humanos.
Não me refiro a deixar de lado os princípios fundamentais da cautela para a vida humana, como, por exemplo: tenha cuidado, pois você pode cair. Mantenha a calma e evite causar problemas para você e os demais. Assim como tantas outras orientações que oferecemos para as crianças. Pois isso é parte do cuidado que se tem também com os demais que fazem parte do círculo social que está inserido.
O que não podemos, de forma alguma, é restringir a livre comunicação, mas se pode moldá-la para que seja refinada sem cortes ou resistências. Pois a própria energia, mesmo em corpo pequeno e aparentemente frágil, necessita moldar-se e compreender a sua dualidade. Respeitar isso sem resistência é uma informação importante para os adultos que estão na sua função de orientadores.
As referências que o indivíduo tem no início da sua vida se tornam a sua base inicial. Mas é preciso ter cautela. Imagine a fase em que a criança está aprendendo a andar e você apenas a observa, cuidando para que ela não se machuque. No entanto, você compreende que, em algumas ocasiões, ela precisa cair para reconhecer suas próprias fragilidades para ter firmeza e cautela no caminhar.
Entenda. Dar liberdade para a energia que está pronta e só precisa da maturação corpórea para viver as complexidades da vida é respeitar o curso natural da sua mente energética na vida humana. E, ao mesmo tempo, orientá-la ao essencial, ao que é benéfico para manter-se apto consigo e na convivência em suas relações interpessoais, é o que você pode oferecer de mais importante no decorrer do tempo.
Da minha consciência para a sua energia,
Luana Priscila da Rosa.
Texto autoral. Todos os direitos reservados.